# Mercado de frango: queda nos preços impacta produtores nacionais
O mercado avícola brasileiro experimenta uma pressão significativa nos preços da proteína, com quedas notáveis registradas nesta sexta-feira (30). Este cenário é resultado de um desequilíbrio entre oferta e demanda que tem afetado diretamente os produtores do setor, especialmente aqueles da região Sul, maior polo produtor e exportador de carne de frango do país.
**Impacto da gripe aviária no mercado doméstico**
A confirmação de um caso do vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em um matrizeiro de aves comerciais em Montenegro (RS) nas últimas duas semanas alterou substancialmente a dinâmica do mercado. Segundo dados do Cepea, a proteína que seria destinada à exportação está sendo redirecionada para o mercado interno, causando um excesso de oferta e consequente pressão sobre os preços domésticos. Este movimento tem criado um desequilíbrio especialmente significativo na região Sul.
**Cotações e variações regionais**
O frango na granja em São Paulo registrou queda de 1,75%, com o preço médio de R$ 5,60/kg, enquanto no atacado a redução foi de 1,42%, chegando a R$ 6,95/kg, conforme dados da Scot Consultoria. As variações apresentam diferenças regionais importantes: em Santa Catarina, o preço do animal vivo manteve-se estável em R$ 4,72/kg, enquanto no Paraná houve leve queda de 0,19%, fechando em R$ 5,24/kg. O frango resfriado e congelado, segundo o Cepea/Esalq, permaneceu estável com valores de R$ 8,19/kg e R$ 8,26/kg, respectivamente.
**Fatores de pressão sobre a demanda**
A demanda enfraquecida pela proteína também tem contribuído para o cenário de queda nos preços. O encerramento do mês é tradicionalmente um período de menor poder aquisitivo para os consumidores, o que reduz naturalmente a procura pelo produto. Esta combinação de fatores – aumento da oferta interna e diminuição da demanda – tem intensificado a retração nos valores de negociação da carne de frango.
**Perspectivas para o setor avícola**
O episódio sanitário no Rio Grande do Sul serve como alerta para o setor quanto à vulnerabilidade da cadeia produtiva frente a questões sanitárias. Medidas preventivas contra a gripe aviária continuam sendo implementadas em diversas regiões do país, com estados como Pará declarando estado de emergência zoossanitária preventiva. A situação exige dos produtores atenção redobrada aos protocolos de biossegurança e acompanhamento constante das condições de mercado para ajustes estratégicos na produção.
A tendência é que os preços continuem pressionados no curto prazo até que o equilíbrio entre oferta e demanda seja restabelecido, seja por meio da normalização das exportações ou pelo aumento do consumo interno.
**Fonte: Notícias Agrícolas**
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