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Pejotização: vilã tributária ou solução inevitável?

### Título: Pejotização: Desmistificando sua Função na Economia Brasileira

#### Introdução
A pejotização, termo que se refere à prática de contratação de trabalhadores sob a forma de Pessoa Jurídica, tem gerado intensos debates no cenário tributário e trabalhista brasileiro. Com uma preocupação crescente por parte dos órgãos fiscais, a prática é vista por muitos como vilã da arrecadação tributária, já que representa uma perda significativa de receita ao Estado. Contudo, discutir a pejotização em termos simplistas ignora realidades complexas e as alternativas poucas ou inexistentes disponíveis para muitos trabalhadores.

#### Desenvolvimento
A crítica à pejotização frequentemente se concentra na suposta evasão fiscal que ela promove. Desde 2017, o Brasil tem enfrentado perdas de arrecadação na ordem de R$ 89 bilhões, com trabalhadores PJ contribuindo com apenas 5% dos tributos que um trabalhador sob o regime CLT pagaria. No entanto, é vital reconhecer que, para muitos, a escolha entre ser PJ ou CLT não existe; a verdadeira alternativa é o desemprego ou a informalidade. O Brasil tem cerca de 50% de sua força de trabalho atuando na informalidade, um cenário que reflete problemas mais amplos e sistêmicos na legislação trabalhista e tributária.

Ademais, a recente reforma trabalhista de 2017 trouxe resultados positivos, com o desemprego em queda e um aumento significativo no número de Microempreendedores Individuais (MEIs). Essas mudanças melhoraram a formalização de trabalhadores, mas a esteira da pejotização continua relevante. Ao permitir uma forma de trabalho mais flexível, a pejotização oferece uma solução racional para os rígidos custos trabalhistas que muitas empresas enfrentam, especialmente pequenos e médios negócios.

Ainda, a contratação de profissionais como PJ tem benefícios diretos para a economia. Esses trabalhadores, em muitos casos, apresentam rendimentos superiores aos trabalhadores CLT, resultando em maior consumo e, por conseguinte, em uma arrecadação indireta de tributos como o ICMS e o ISS. A perspectiva de gastos públicos também é afetada, visto que a forma PJ elimina a necessidade de custos com FGTS, seguro-desemprego e litígios trabalhistas.

#### Conclusão
A pejotização não deve ser encarada apenas como uma forma de evasão fiscal, mas como uma resposta às imperfeições de um sistema tributário e trabalhista que precisa ser modernizado. Enquanto a criminalização desta prática se intensifica, é imperativo que o debate evolua para soluções que proporcionem alternativas viáveis, como novos modelos de formalização e fiscalização mais eficiente. Reconhecer a pejotização como parte de um fenômeno econômico mais amplo pode levar a políticas que ajudem a mitigar a informalidade e promovam um aumento na arrecadação tributária sustentável.

#### Palavras-chave e categorias
– **Tags:** Pejotização, Tributação, Emprego, Formalização, Economia
– **Categorias:** Gestão Contábil, Obrigações Acessórias, Tributos Federais, Mercado de Trabalho, Soluções Fiscais.

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