Preços do café fecham sessão desta 4ª feira (21) em posições opostas nas bolsas internacionais
# Mercado cafeeiro mostra tendências divergentes nas bolsas internacionais
O mercado internacional de café apresentou comportamentos opostos nesta quarta-feira, refletindo o dinamismo atual do setor cafeeiro global. Enquanto o arábica registrou ganhos em Nova York, o robusta sofreu pressão em Londres, evidenciando como diferentes fatores influenciam cada variedade do grão.
**Cenário de oferta e demanda global**
A oferta mundial de café está passando por importantes transformações. Segundo dados do USDA, a produção brasileira total está estimada em 65 milhões de sacas para a temporada 2025, representando um aumento modesto de 0,5% em relação ao ano anterior. Contudo, há uma redistribuição importante entre as variedades – a produção de arábica deve cair 6,4%, totalizando 40,9 milhões de sacas, enquanto o robusta deve crescer expressivos 15%, chegando a 24,1 milhões de sacas.
**Fatores que pressionam o mercado**
O crescimento dos estoques globais tem exercido pressão sobre os preços. Os estoques de robusta atingiram o maior nível em 8 meses, com 5.341 lotes, enquanto os de arábica alcançaram o maior patamar em 3 meses e meio, com 876.019 sacas. Além disso, o enfraquecimento do dólar americano para mínimas de duas semanas desencadeou vendas a descoberto nos mercados futuros.
**Andamento da safra brasileira**
A colheita no Brasil, responsável por aproximadamente 40% do comércio global de café, avança em ritmo mais lento do que o habitual. Conforme dados da Hedgepoint, a colheita do conilon (robusta) está em 11%, enquanto o arábica alcança apenas 4%, levando o total nacional a 7%, abaixo da média histórica de 10% para o período. As chuvas recentes em regiões produtoras como Espírito Santo, Bahia, Rondônia e Matas de Minas têm contribuído para este atraso.
**Comportamento dos preços nas bolsas**
Em Nova York, o arábica encerrou com alta de 100 pontos no vencimento de julho/25, cotado a 370,30 cents/lbp, além de avanços nos contratos futuros de setembro e dezembro. Já em Londres, o robusta apresentou comportamento misto, com o contrato de maio/25 registrando alta de US$ 6, chegando a US$ 4.884/tonelada, mas os contratos mais longos sofreram quedas.
**Perspectivas para o mercado**
Apesar do aumento na produção brasileira de robusta, analistas como Marcelo Fraga Moreira, da Archer Consulting, apontam que o cenário fundamental permanece inalterado, com estoques globais justos e um déficit projetado entre a produção e o consumo mundial na ordem de 9 a 17 milhões de sacas. Esta situação sugere que o índice estoque/consumo global deve continuar apertado até o final de junho/26.
O mercado físico brasileiro respondeu positivamente aos ganhos em Nova York, com valorizações em importantes regiões produtoras como Campos Gerais, Guaxupé e Poços de Caldas, tanto para o café arábica tipo 6 quanto para o cereja descascado.
**Fonte: Notícias Agrícolas**
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