Preços do milho no Brasil deverão ser mais impactados pela gestão da comercialização, do que pelo clima
# Gestão comercial do milho terá maior impacto nos preços que o clima em 2025
O mercado brasileiro de milho enfrenta um cenário de transformação, onde a gestão de comercialização se torna mais decisiva para a formação de preços do que os fatores climáticos tradicionalmente observados. Esta análise surge em um momento estratégico, com o início da colheita da segunda safra brasileira e projeções de produção recorde.
**Panorama atual do mercado**
Os próximos três meses devem apresentar pressão sobre as cotações do cereal, principalmente com a chegada da safra recorde à medida que a colheita avança. Dados do IMEA indicam que a colheita já começou em algumas regiões, com 0,31% da área total já colhida. As estimativas apontam para uma produção na segunda safra superando expressivamente os 100 milhões de toneladas, o que naturalmente tende a pressionar as cotações no curto prazo.
**Comportamento dos preços e tendências**
As bolsas de valores já refletem esta realidade. Na B3, as posições mais negociadas de milho encerraram com perdas entre 0,3% e 0,8%, com o contrato de julho fechando a R$ 63,10 por saca, setembro a R$ 64,30 e janeiro a R$ 70,85. Este comportamento sinaliza a expectativa do mercado quanto ao aumento da oferta nos próximos meses.
**Estratégias de comercialização adotadas pelos produtores**
Segundo Enilson Nogueira, analista da Céleres Consultoria, o produtor brasileiro, especialmente na região do Cerrado, tem demonstrado maior maturidade comercial. “Temos visto que o produtor vendeu mais, já teve uma venda antecipada maior do que nos últimos dois anos”, explica o especialista. Esta estratégia de formação de preço médio, aproveitando momentos de cotações mais elevadas nos últimos meses, tem sido fundamental para garantir margens positivas mesmo diante de um cenário de pressão de preços.
**Perspectivas para o segundo semestre**
Após o período de pressão nos próximos três meses, o mercado deve ganhar novo fôlego no trimestre seguinte. Este movimento será impulsionado pelo fortalecimento da demanda, tanto no mercado exportador quanto no consumo interno. A boa produtividade representa uma oportunidade para o produtor gerenciar seus estoques e tomar decisões comerciais mais assertivas ao longo do ano.
**Influência do cenário internacional**
Enquanto o mercado doméstico responde principalmente à oferta interna recorde, o cenário internacional permanece atento às condições climáticas em regiões produtoras chave como Argentina e Estados Unidos. Esta dinâmica cria janelas de oportunidade para exportações brasileiras, que podem se intensificar no segundo semestre, contribuindo para o equilíbrio entre oferta e demanda.
A abundância de produto disponível, longe de ser um problema, representa uma oportunidade para o produtor com boa gestão comercial. “É melhor fazermos conta com boa produtividade do que com produtividade ruim. É mais produto disponível para o produtor tomar decisão e gerar margens”, destaca Nogueira.
**Fonte: Notícias Agrícolas**
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