Ritmo lento de exportação de café canéfora pressiona preço no Brasil, diz Safras
# Exportações lentas de café canéfora pressionam preços no mercado brasileiro
O ritmo reduzido das exportações brasileiras de café canéfora (robusta e conilon) tem ampliado a oferta interna do produto, provocando queda significativa nos preços pagos aos produtores. Este cenário ocorre em meio a uma colheita abundante e competição internacional mais acirrada, conforme aponta análise da consultoria Safras & Mercado.
**Cenário atual das exportações**
A exportação de grãos canéforas do Brasil sofreu queda expressiva de 77% em maio na comparação anual, totalizando apenas 202,7 mil sacas de 60 kg, segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé). O consultor Gil Barabach, da Safras & Mercado, explica que o café brasileiro está enfrentando dificuldades para competir com a produção de países como Vietnã e Indonésia, onde as safras estão em fase de recuperação.
**Impacto nos preços domésticos**
A redução no volume exportado tem provocado efeitos diretos nos preços internos. O indicador do Cepea mostra que os valores pagos aos produtores de café canéfora recuaram mais de 35% em relação aos recordes registrados no início do ano, chegando a R$1.333 por saca. A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) indica que esta tendência de queda no atacado deve começar a refletir-se também nas gôndolas dos supermercados.
**Comportamento dos produtores**
Em um contexto de preços em queda, os cafeicultores têm demonstrado maior cautela nas vendas. A comercialização do conilon/robusta atingiu apenas 18% da produção esperada para a safra atual até 11 de junho, patamar inferior aos 20% registrados no mesmo período do ano passado e bastante abaixo da média histórica de 27%.
**Panorama geral da comercialização**
Considerando todos os tipos de café (arábica e canéfora), os produtores brasileiros haviam vendido 22% da colheita prevista para 2025/26 até o início de junho. Este índice, embora em linha com o registrado no mesmo período do ano anterior, ainda está consideravelmente abaixo da média dos últimos cinco anos, que é de 31%.
**Perspectivas para o mercado interno**
A menor participação do café canéfora nas exportações brasileiras deve ampliar a oferta do produto para a indústria nacional de torrado e moído, que utiliza esses grãos em misturas com o café arábica. Segundo Barabach, “a indústria de café torrado e moído doméstica deve voltar a ganhar maior protagonismo nas negociações com conilon/robusta”, o que poderá influenciar a dinâmica de preços nos próximos meses.
**Fonte: Notícias Agrícolas**
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