Vai faltar milho no mundo ainda em 2026 e cereal deverá valer mais no próximo ano
# Déficit mundial de milho se estenderá até 2026, elevando preços do cereal
O cenário global de milho aponta para um déficit que persistirá nos próximos anos, mesmo com safras recordes em desenvolvimento. Apesar da robusta produção brasileira e americana, o desequilíbrio entre oferta e demanda mundial deverá manter os preços do cereal em patamares mais elevados em 2026.
**Déficit global persistente**
Segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o mundo enfrenta atualmente um déficit de cerca de 30 milhões de toneladas de milho, com uma produção de 1,221 bilhão de toneladas frente a um consumo de 1,250 bilhão. Para a temporada 2025/26, embora haja projeção de aumento na produção mundial, ainda faltariam aproximadamente 10 milhões de toneladas para equilibrar a oferta e demanda.
O consultor Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, alerta que a demanda está crescendo mais rapidamente que as projeções indicam, o que poderá manter o déficit em níveis significativos. “O mundo está comendo mais a cada ano que passa, isso é indiscutível”, afirma o especialista, que prevê possível valorização do cereal acima de US$ 5,00 por bushel em Chicago.
**Estoques apertados no Brasil**
Mesmo com a produção brasileira estimada em mais de 100 milhões de toneladas na segunda safra, os estoques nacionais permanecerão ajustados. Segundo a Agrinvest Inteligência, os estoques finais brasileiros em janeiro de 2026 poderão chegar a 14,28 milhões de toneladas, suficientes para apenas 59 dias de consumo. Para o período de fevereiro de 2026 a janeiro de 2027, a cobertura cairia para 54 dias.
O Brasil deverá ultrapassar pela primeira vez o consumo interno de 90 milhões de toneladas, refletindo a força da demanda doméstica, especialmente dos setores de proteína animal.
**Competitividade do milho brasileiro**
O cereal brasileiro se posiciona como um dos mais competitivos no mercado internacional, com prêmios aproximadamente 10 centavos de dólar por bushel mais baratos que o americano. A qualidade superior do milho brasileiro, colhido em condições de seca, também é um diferencial valorizado pelo mercado global.
**Potencial exportador recorde**
Para equilibrar a oferta doméstica, o Brasil precisará exportar entre 36,5 e 40 milhões de toneladas em 2025, volume considerado viável pelos analistas. “Nosso milho volta a ser o mais competitivo do mundo nestes últimos dias, e isso já volta a atrair demanda”, explica Cristiano Palavro, diretor da Pátria Agronegócios.
A capacidade logística portuária será determinante para atingir esse volume recorde de exportações, com potencial para o país se firmar ainda mais como fornecedor global estratégico.
**Fatores adicionais de suporte aos preços**
Além do déficit específico do milho, a situação apertada no mercado de trigo poderá dar suporte adicional aos preços. Com problemas nas safras de trigo em diversos países, haverá menor disponibilidade desse cereal para ração animal, aumentando a dependência do milho.
A China também representa uma incógnita importante, pois enfrenta problemas em suas safras de cereais devido a altas temperaturas e chuvas insuficientes, o que pode ampliar suas importações nos próximos anos.
**Fonte: Notícias Agrícolas**
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